O número de britânicos favoráveis a uma saída de seu país da União Europeia (UE) aumentou após os atentados de Paris e as agressões na cidade alemã de Colonia, segundo os resultados de uma nova pesquisa publicada neste domingo.
Com 53%, os partidários do “sim” a uma saída do Reino Unido da UE aparecem com seis pontos percentuais de vantagem sobre os defensores do “não” (47%), segundo esta pesquisa realizada pelo instituto Survation para o jornal de centro-direita e eurocético Mail on Sunday.
O primeiro-ministro britânico, David Cameron, prometeu a organização de um referendo até o fim de 2017, mas ele pode ser realizado a partir de junho de 2016.
A pesquisa de opinião, realizada on-line nos dias 15 e 16 de janeiro com 1.004 pessoas, exclui de seus resultados os indecisos. Sua margem de erro é de 2%.
Levando em conta todas as opções, 42% dos britânicos seriam favoráveis a romper com a UE e 38% estariam contra, enquanto 20% ainda não definiram sua posição.
A última pesquisa de opinião da Survation, em setembro, refletia um resultado mais igualado entre o “sim” à saída do Reino Unido do bloco dos 28 (51%) e os que preferem continuar na UE (49%). Neste caso, os indecisos também não foram levados em conta.
A nova pesquisa destaca a influência dos atentados de Paris em novembro e das agressões de Ano Novo em Colonia para explicar este aumento.
Um total de 34% dos pesquisados afirma que os atentados jihadistas de Paris de 13 de novembro, que deixaram 130 mortos, os incitam a votar por uma saída da UE.
E 38% destes seriam ainda mais favoráveis a votar a favor do “Brexit” (saída do Reino Unido da UE) após as centenas de agressões denunciadas em Colonia (oeste da Alemanha) durante a noite de Ano Novo, que em sua maioria teriam sido realizadas por homens originários do Norte da África e do Oriente Médio, segundo a polícia.
Cameron afirmou que fará campanha pela permanência do Reino Unido na UE desde que Bruxelas aceite em uma cúpula em fevereiro as reformas propostas por Londres.
O primeiro-ministro fez quatro demandas. Em primeiro lugar, Cameron quer que sejam garantidos os direitos dos países da UE que não usam o euro; segundo, que o Reino Unido fique fora dos passos seguintes para uma maior integração europeia; terceiro, potencializar a competitividade do mercado único, e quarto, permitir que Londres imponha limites às ajudas sociais que dá aos imigrantes em seus primeiros quatro anos no Reino Unido, o ponto mais polêmico.
Fonte: AFP/Arquivos, da AFP – de Exame.com