O Porto lidera na frente de Lisboa

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O pódio para a zona de Portugal mais empreendedora no que respeita ao número de empresas denominadas de ‘startups’ pertence ao Porto, onde representam 36% do ecossistema. Lisboa deixou de ser a região do país mais empreendedora, passando para segundo lugar com 32% do tecido de startups

Os dados foram avançados pela consultora Informa D&B, e dizem respeito ao período compreendido entre 2007 e 2014 e citados num artigo do jornal Observador.

As startups, designação que cabe às empresas com menos de cinco anos de atividade, que possui elementos de inovação e trabalha em condições de extrema incerteza, representam já 34% do tecido empresarial nacional, asseguram 46% do emprego gerado pelo universo empresarial português e 9,6% do volume total de negócios.

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O maior número de nascimento de empresas registou-se nos setores de serviços (27,2%) e retalho (17%), seguidos do alojamento e restauração (11,2%). Os setores da agricultura, pecuária, pesca e caça, de telecomunicações e alojamento e restauração registam o maior crescimento anual de novas empresas.

O perfil do empreendedor continua a ser predominantemente masculino e muito jovem: em 66% dos casos, trata-se da primeira experiência como empresário. Contudo, só cerca de 50% sobrevivem ao terceiro ano de vida e apenas 39% passam a barreira dos cinco anos.

Quase 50% das empresas são constituídas com um capital mínimo, inferior a cinco mil euros; é, aliás, possível, desde 2011, constituir uma empresa com um capital social de um euro por sócio. Números baixos ilustram o volume médio de negócios, que baixou de 86 mil euros para 74 mil euros entre 2007 e 2013, acompanhados da redução do número médio de empregados de 2,7 para 2,1, no mesmo período.

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Segundo os últimos dados disponibilizados pela consultora Informa D&B, entre 2007 e 2014 foram criadas 271.430 startups. Em 2014, nasceram mais de 35 mil empresas, número mais alto de sempre e que reflete a tendência que já tinha sido registada em 2013.

Radiografia ao ecossistema de empreendedorismo em Portugal

No estudo, intitulado «Portugal Rising: Mapping ICT Scaleups», publicado pelo Startup Europe Partnership (SEP) em conjunto com o CrESIT e com o apoio da Microsoft Portugal e da iniciativa Ativar Portugal Startups, tembém citado no artigo do jornal Observador, é traçada uma radiografia ao ecossistema de empreendedorismo em Portugal.

Nos últimos cinco anos, 40 scaleups em Portugal quebraram a fronteira de um milhão de dólares. Juntas, arrecadaram mais de 156 milhões de euros de financiamento de venture capitals, das quais 36 receberam um financiamento entre 945 mil euros e 9 milhões e meio de euros.

“Scaleup” significa, literalmente, reajustar-se a uma escala, enquanto que uma empresa “startup” está, obrigatoriamente, no início de uma viagem, uma scaleup pressupõe que alguns objetivos foram já bem-sucedidos. As startups que já angariaram um financiamento superior a um milhão de dólares (equivalente a quase 900 mil euros) e que passaram, pelo menos, por uma ronda de investimento nos últimos cinco anos passam a ter a designação de scaleup.

A Câmara do Porto está a apostar fortemente nesta área e em parceria com várias entidades desenvolveu a estratégia ScaleUp Porto, que tem por objetivo apostar num paradigma mais competitivo para a economia regional e apoiar as startups tecnológicas locais com potencial para escalar internacionalmente

Uma tendência clara destas scaleups é a sua juventude: 75% nasceram depois de 2010 e 48% depois de 2012. Além disso, todas as scaleups analisadas sofreram processos de fusão e/ou aquisição a nível internacional: 66% com empresas norte-americanas, algumas bem conhecidas do público português, e 22% com empresas europeias, dados que indicam que o ecossistema português de startups tem boas relações internacionais e que o empreendedor tem no seu ADN o desejo de levar a sua startup além-fronteiras.

Lisboa é a cidade portuguesa com maior número de scaleups portuguesas (42% do total), seguida do Porto, a segunda maior hub do país. As áreas de software solutions, business analytics e saúde ocupam o topo, seguidas da educação, serviços empresariais, turismo e mobile.

Até ao momento, não há ainda nenhum «unicórnio» em Portugal. Este termo foi cunhado por Aileen Lee, fundador da Cowboy Ventures, para designar uma startup que tenha sido avaliada, desde a sua fundação, em mais de mil milhões de dólares.

No entanto, a Farfetch, uma plataforma de e-commerce que reúne 400 boutiques de luxo e que cresceu pela mão do empreendedor português José Neves, em Londres, foi avaliada, recentemente, em mais de 100 milhões de euros. É a única empresa com sangue português a entrar no The Billion Dollar Startup Club, promovido pelo The Wall Street Journal, liderado, até abril de 2016, pela Uber. Tem sede em Londres, mas emprega no Porto mais de mil pessoas, onde concentra a maioria das operações.

A internacionalização é um fator crucial para uma startup passar o almejado patamar de um milhão de dólares de financiamento. Por vezes, acabam por crescer precisamente além-fronteiras, acabando por deslocalizar a sede e mantendo a presença operacional e tecnológica em Portugal.

Exemplo disso é a portuense Veniam, que hoje tem sede em Mountain View, Califórnia, e uma delegação em Singapura. A empresa nasceu de uma parceria entre o Instituto de Telecomunicações, a Universidade de Aveiro e a Universidade do Porto, com o apoio da Fundação para a Ciência e Tecnologia, a UPTEC e o programa Carnegie Mellon Portugal.

Com a missão de criar a «Internet das coisas em movimento», a Veniam transforma veículos em hotspots Wi-Fi ligados à bateria do carro, permitindo a qualquer pessoa em redor ligar-se gratuitamente à Internet. É hoje responsável pela criação e gestão da maior rede veicular do mundo que abrange, só na cidade do Porto, 600 veículos. O objetivo é chegar aos mil milhões de veículos e outros objetos em movimento.

 

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Fonte: Porto.pt

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