Não importa quanto planejamento uma viagem envolva, uma das maiores dificuldades ao sair do país, para qualquer turista, é saber quanto dinheiro levar. A prática costuma ser sempre a mais simples: é melhor sobrar do que faltar.
O problema é que, depois da viagem, essa sobra não é tão positiva: vender moedas em casas de câmbio, pessoalmente ou via plataforma eletrônicas, é praticamente a única opção para quem precisa se livrar de dinheiro estrangeiro – e a única permitida pelo Banco Central do Brasil. Mas um grupo de empreendedores pretende mudar isso.
Com lançamento previsto para “no máximo novembro”, de acordo com os criadores, a plataforma W-Change chegará ao Brasil para suprir justamente essa demanda, ao conectar usuários que busquem comprar moedas a outros que precisem vender, sem passar pela intermediação das casas de câmbio.
“Descobri esse modelo de negócio durante o período em que morei em Londres”, conta o co-fundador da plataforma Rafael Bellarmino, em entrevista ao InfoMoney. “Não existe nada nesse sentido aqui, estaremos abrindo todo um novo mercado, que tem uma demanda muito alta, principalmente agora na iminência das Olimpíadas”.
Em conjunto com outros três empreendedores, Andre Bellarmino, Andre Saretta e Valbert Leal, Rafael busca maneiras de conseguir lançar a plataforma o mais rápido possível. “Gostaríamos muito que ele [o site] já estivesse pronto e em funcionamento agora, mas como se trata de um projeto muito complexo, não sabemos se conseguiremos colocar tão rápido para funcionar no mercado”, explica Bellarmino. Por isso o prazo mais folgado, até novembro, como garantia.
Uma das vantagens prometidas pela novidade vem em termos financeiros. “Trabalhamos com alíquota real do usuário de 2% a 9% por transação. Colocando em números, hoje o valor médio do mercado para a compra do dólar é R$ 3,68; enquanto isso, nossa cotação no dia de hoje é 3,50; ou seja, o ganho é igual a 5,01% para o usuário”, explica. “Trabalharemos com uma margem um pouquinho abaixo [do mercado] para a compra e um pouquinho acima para a venda, deixando os clientes dos dois lados satisfeitos. E é aí que está a magia”.
Em contato com o InfoMoney, o Banco Central do Brasil afirmou que não há valor em que pessoas possam realizar compra e venda de câmbio sem intermédio de casas especializadas. Isso significa que quaisquer meios de realizar essas compras sem passar por instituições autorizadas pelo órgão, então, são ilegais no Brasil.
As empresas ou instituições que atuam no mercado de câmbio brasileiro, sem possuir autorização do Banco Central do Brasil ou sem ser correspondente de quem é autorizado, operam de forma ilícita. Assim, as operações de câmbio feitas em desacordo com as condições mencionadas acima são consideradas ilegais, podendo haver responsabilização criminal tanto da empresa que oferece tal serviço quanto de seus clientes”, explicou o órgão em nota.
A W-Change pretende encontrar maneiras legais de operar. “Precisamos agir de acordo com as regras, então pessoas que tentarem fazer transações de valor superior a R$ 10 mil ou múltiplos negócios que ultrapassem este valor serão bloqueadas, com certeza”, explica o empreendedor, acrescentando que a companhia pretende operar como correspondente de uma instituição financeira.
Presencial
Embora o modelo inicial do negócio sejam as transações online, já existe a prospecção para transformar ainda mais essas operações de câmbio por meio de parcerias com agências de viagens.
“A ideia é apresentar a plataforma para agências de turismo, por exemplo pra CVC, e em todas as lojas da companhia teriam uma pessoa para realizar essas trocas [cambiais]. A pessoa fecha o pacote de viagem e já sabe que pode realizar a troca, ter uma forma operacional física para a compra desse dinheiro”, exemplifica Rafael. “Mas isso ainda é uma ideia de segmento à parte da plataforma”, ressalva.
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Fonte: InfoMoney