Mais da metade dos cariocas tem vontade de sair do Rio, diz pesquisa

Publicidade

Levantamento foi feito ONG Rio Como Vamos. 1.500 foram entrevistados. Roubos de rua preocupam classes mais altas e balas perdidas as baixas.

Um estudo feito pela ONG Rio Como Vamos, divulgado nesta terça-feira (28), indica que 56% da população tem o desejo de deixar o Rio. O número era de 48%, em 2013, e de 27%, em 2011. A violência é o principal motivo que fez aumentar a quantidade de cariocas que têm essa vontade.

Os números citados são da pesquisa perceptiva realizada em junho deste ano. Essa foi a quinta edição da avaliação que é feita de dois em dois anos. Ao todo, 1.500 pessoas foram entrevistadas e responderam cerca de 50 perguntas. A ONG Rio Como Vamos busca abrir um diálogo com o poder público e monitorar o desenvolvimento político. Após os resultados, a pesquisa é levada aos secretários responsáveis por cada serviço e avaliada para que possam ser feitas análises e melhorias nos respectivos setores.

Publicidade

Segurança pública
As críticas em relação à segurança pública foram as que mais chamaram atenção no levantamento: 71% da população acredita que a segurança piorou na cidade. No total, 64% deu as notas mais baixas – que vão de 1 a 4 – na avaliação dessa questão. Esse é o percentual mais alto de notas baixas já registrado no histórico da pesquisa. Os roubos de rua são a principal ocorrência citada, especialmente nas classes mais altas. A bala perdida deixou de ser o principal motivo de preocupação para essa fatia da população, mas continua representando o maior medo entre as classes C e D.
O medo de bala perdida é o principal medo das classes C e D – 32% disse que essa é a maior preocupação – e também ficou em primeiro lugar na pesquisa, na opinião de 40% dos entrevistados. Em segundo lugar vem o medo de assaltos, com 23%.
As Unidades de Polícia Pacificadora (UPP) são vistas também como uma preocupação para os moradores dos bairros com o sistema — 41% acredita que as UPPs trouxeram mais efeitos negativos do que positivos, como o aumento de roubos e ameaças de criminosos.Esse foi o primeiro ano que o sistema de UPPs foi avaliado pela ONG.
Para a presidente da Rio Como Vamos, Rosiska Darcy, a diminuição do orgulho dos cariocas com a cidade foi o dado mais impactante daessa pesquisa.

“Na medida que você começa a perder a esperança com o Rio, isso diminuiu o comportamento mais construtivo para a cidade. Nós precisamos, sobretudo em uma época de crise, de força do cidadão para ajudar a cidade“, disse Rosiska.

Furtos e assaltos nas praias
Nas praias do Rio os assaltos e os furtos são os principais problemas relatados. A pesquisa, que foi feita ante dos episódios recentes que assustaram a população, mostra que o índice de preocupação no quesito saltou de 16%, em 2013, para 69% este ano. Em seguida, estão a sujeira na areia (49%) e a qualidade ruim da água (41%).

Publicidade

Educação
A educação pública em geral piorou na opinião dos entrevistados. Este ano, apenas 34% dos cariocas acreditam que o ensino melhorou. O número é inferior aos 46% que apontavam melhora em 2013.

Nas creches e pré-escolas a qualidade do ensino foi bem avaliada: 53% das notas são positivas. As reclamações de dificuldades para encontrar vagas caiu de 18% em 2013 para 12% em 2015.
A percepção de qualidade do Ensino Médio foi o maior avanço de 2015 na educação. A média das notas entre 7 e 10 subiu para 44% este ano contra 34% em 2013. Já a do Ensino Fundamental caiu. Este ano, apenas 40% deram notas entre 7 e 10. Em 2013 o percentual chegava a 47%.

Saúde
O número de entrevistados que considera boa a qualidade do atendimento médico recebido no sistema público de saúde e deu notas entre 7 e 10 subiu de 20%, em 2013, para 24% este ano. A procura pelo sistema também aumentou: entre as classes C e D, 67% das pessoas usam o sistema. Na classe A, o número chega a 39%. Na B, 52% usam o atendimento público. Ao todo, 58% dos entrevistados procuraram o sistema público de saúde no último ano.

Segundo a presidente Rosiska, esses números mostram que cada vez mais a população está procuranso as UPAs e as Clínicas da Família.




Olimpíadas e grandes eventos
A população tem demonstrado menos otimismo com os benefícios que os Jogos de 2016 podem trazer para a cidade. O percentual de cariocas que acreditava em melhorias por conta dos grandes eventos passou de 63%, em 2011, para 27%, em 2015.
Após a Copa do Mundo de 2014, os principais investimentos, na opinião dos cidadãos, continuam relacionados ao transporte público e 66% citam as novas linhas expressas, como os BRTs e a TransOlímpica sendo o melhor investimento.

“Em 3013 os grandes eventos eram uma esperança, hoje, o número caiu e é um motivo de frustrações”, explicou Rosiska.

Bilhete único e transportes
O Bilhete Único foi avaliado pela primeira vez este ano e os cariocas se mostraram muito satisfeitos com o sistema – 72% dos entrevistados deram notas boas e quase 60% disseram usar o recurso.

Os meios de transportes tiveram 25% de avaliações positivas. O metrô é o mais bem avaliado e mais da metade dos entrevistados disseram que usariam o transporte público se houvesse mais qualidade.

Ordem pública
O aumento dos pontos de venda de drogas na cidade é a principal reclamação nessa categoria: 71% considera essa o principal problema com relação à segurança.
A Câmara dos Vereadores também foi avaliada e 64% dos entrevistados consideraram o sistema ruim ou péssimo.

 

Fonte: G1.Globo.com

Morar ForaOlimpíadas RioRioSair do RioViolência no Rio
Comentários (0)
Deixe um comentário