Quando decidimos mudar para Europa

A certeza de que você precisa encontrar o melhor lugar para sua família

Reprodução Internet

Agosto de 2014, caos em diversas áreas do nosso país, violência assustadora no Rio de Janeiro, trânsito, descaso, pavor, insegurança.

Manter uma rotina tranquila se tornava um grande desafio, o medo tomava conta das nossas vidas, até porque as estatísticas estavam ali, bem próximas de nós e aquele sentimento de impotência tomava conta.

Amo a minha cidade, amo praia, aquela paissagem de tirar o folego, mas como viver com medo? Como ter a certeza de retornar para casa com a família em segurança?
Com todos esses problemas, nenhuma perspectiva de solução mesmo a longo prazo, ficamos inclinados a encontrar um país com melhor qualidade de vida, que proporcionasse uma educação digna para o nosso filho.

E agora? Para onde ir?

Cristo Redentor Rio de Janeiro
Cristo Redentor Rio de Janeiro

Voltando um pouco no tempo, em Abril de 2014 viajamos de férias para os EUA com a nossa família e ficou claro tamanha disparidade em muitos aspectos. Impossível não perceber e não querer o mesmo para o nosso país. Educação, respeito com a população, acessibilidade, transporte, saúde, preços justos. Eu poderia ficar o dia inteiro citando as “maravilhas do primeiro mundo“, mas não tenho o objetivo de convencer/converter ninguém. O fato é que essa viagem despertou o nosso desejo. Voltamos, afinal eram só férias. 😉

Voltamos, com aquela sensação de que algo nos faltava. Pegamos o nosso carro no aeroporto, no caminho de casa fiquei observando o meu marido que estava dirigindo, calado e pensativo a maior parte do trajeto. Nesse momento senti o que nos faltava, entendi toda aquela energia despendida pelos meus amigos que retornaram do primeiro mundo, batendo de frente com a nossa realidade – que choque.

Orlando Flórida
Orlando Flórida

Começamos a estudar os nossos possíveis destinos. Precisávamos entender a cultura, o estilo de vida, a economia, constatar a segurança, qualidade nos transportes, saúde, educação, idioma, mercado de trabalho, incidência de preconceito com estrangeiros, o clima… ufa.

Decisão tomada, escolhemos os EUA, mas e o visto? Esquece. Acho que a Austrália se enquadra bem, temos amigos lá e apesar de ser quase em Marte… quem sabe? E por que não o Canadá? O mercado de trabalho para o meu marido está excelente. Nem tanto assim, bom para o perfil da nossa família, mas excelente mesmo para jovens ainda solteiros e sem filhos – ao menos constatamos após o resultado franco de um dos testes que fizemos. Vamos então para o país das minhas raízes e ter o conforto da família, Portugal, bem, mas e o inglês que temos como prioridade na escolha? Quem sabe depois…. Até que o nosso professor de inglês contou sobre a experiencia de viver em Dublin, ele contava com tanta riqueza de detalhes que eu conseguia me ver dentro daquele universo. Nesse mesmo dia, vi meu marido no google pesquisando sobre a Irlanda com aquele brilho no olhar. Como foi fascinante conhecer a história passada e presente da maravilhosa Ilha da esmeralda, assistimos diversos videos e documentários. Foi amor à primeira vista.

O'Connel Street - Dublin
O’Connel Street – Dublin

Dublin nos atendeu em diversos aspectos, o primeiro foi por ser um país acolhedor e com um povo que aceita muito bem a miscigenação, Oba! Ter a tranquilidade de ir e vir com segurança já era um sonho. Ficamos sabendo que nem polícia portava arma de fogo, isso seria um bom sinal? – pesquisamos os índices de criminalidade e constatamos que sim, comparados aos outros possíveis destinos – Lá poderíamos aprimorar o inglês, o mercado de trabalho na área de TI estava carente de profissionais, era a cereja do bolo que faltava.

Agora vamos ao friozinho na barriga: o clima seria um fator crítico para a nossa escolha? Nos informamos e para a nossa aflição, a sensação térmica no inverno de Dublin já chegou a 15 graus negativos. Ooooi? Será que aguentaríamos? Outro ponto seria estarmos dispostos a viver uma nova cultura, entendendo e aprendendo o cotidiano Irish.

Depois de 1 ano de pesquisas, batemos o martelo. Ainda que tenhamos barreiras, pedras e grandes obstáculos, conseguiriamos juntos mudar a nossa história.

Sim para Dublin.

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