O Mind My House é um dos bons exemplos de como a internet contribui para reduzir distâncias e propiciar economias de forma inteligente para quem quer morar fora. O site conecta pessoas que buscam alguém para cuidar de suas casas e de seus animais de estimação a viajantes dispostos a fazer isso em troca de uma acomodação gratuita.
Para se habilitar a cuidar de uma casa, o interessado precisa pagar uma taxa de inscrição de 20 dólares ao Mind My House. Já os proprietários não precisam pagar nada para cadastrar seus imóveis, que vão desde casas e apartamentos comuns até mansões e pequenos castelos.
O site foi criado em 2005 e inicialmente não cobrava nenhum valor pelo cadastro, mas diante da alta procura a taxa passou a ser cobrada para selecionar o público interessado e ampliar a receita da empresa, claro. Proprietários cadastrados no site inclusive mencionam que a taxa talvez seja o segredo da boa seleção dos cuidadores, ou home sitters, como são chamados.
Ao realizar sua inscrição, o candidato a cuidador ganha uma página para divulgar suas informações, com uma URL do próprio site, quase igual a esta: http://www.mindmyhouse.com/owners/sitter_listing/000, mas com um número diferente.
O cuidador deve informar na sua página dados pessoais básicos, como seu nome, nacionalidade e os períodos nos quais poderia se disponibilizar a cuidar das casas. Mas, além disso, o Mind My House encoraja os usuários a incluírem outras informações que possam contribuir para gerar uma boa impressão, como avaliações positivas realizadas no site por proprietários que já os receberam em suas casas.
Estranhos
Mas, por que exatamente alguém vai querer abrir a porta da sua casa para estranhos? Segundo o Mind My House, normalmente os proprietários buscam alguém para cuidar de seus animais de estimação, ou apenas para deixar a casa movimentada e afastar riscos de furtos.
Ainda que a situação possa gerar certa desconfiança, o site defende que ao ter uma pessoa desconhecida cuidando de sua casa o proprietário fica mais à vontade para conduzir o acordo de maneira profissional, explicitando exatamente o que ele precisa e o que espera do cuidador. Já com uma pessoa conhecida, ele pode não se sentir tão confortável para fazer algumas exigências.
O site diz, por exemplo, que o proprietário pode trancar sua adega e incluir no contrato firmado com o cuidador uma cláusula que pede que a adega não seja tocada, tipo de exigência que poderia não ser muito bem recebida se um amigo ou familiar estivesse cuidando do imóvel de favor.
Além disso, para que o proprietário fique mais seguro de que não sairá lesado, ele pode pedir um depósito de segurança, como um cheque caução, que pode ser usado para cobrir eventuais danos causados ao imóvel.
O próprio site fornece alguns modelos de contratos, mas os cuidadores e proprietários acordam entre si os detalhes da estadia, podendo incluir no contrato as exigências e observações que considerarem pertinentes.
De acordo com o Mind My House, é comum que proprietários deixem uma lista de tarefas para os cuidadores, pedindo, por exemplo, que eles levem o cachorro para passear duas ou três vezes ao dia, reguem as plantas e façam algum tipo de limpeza na casa.
Assim, o site diz que em alguns casos o cuidador pode não ter liberdade para viajar a cidades vizinhas nos finais de semana ou se ausentar por um longo período.
Como conseguir sua acomodação
Ser aceito por um dos proprietários pode não ser tão simples no começo. Conforme relata uma reportagem realizada pela Vice, para conseguir a estadia em casas mais atraentes, como mansões e castelos, assim como em cidades mais requisitadas, antes o viajante precisa criar uma boa reputação no site já que as estadias mais bacanas costumam ser altamente concorridas.
Assim, para ser aceito como cuidador pela primeira vez, o segredo é ficar em casas menos atraentes ou em lugares um pouco mais inócuos inicialmente para depois partir para moradias mais atraentes.
Depois de ser aceito por um proprietário, o Mind My House também dá algumas dicas do que fazer para garantir uma boa avaliação do dono no final da viagem. Entre elas estão: o envio regular de e-mails para relatar a quantas andam a casa e os pets; manter o celular por perto para que o dono consiga entrar em contato a qualquer momento; e deixar uma lembrança ou uma refeição pronta para recepcionar os proprietários no seu retorno.
O tempo de estadia também pode definir se você será escolhido como cuidador ou não. Enquanto alguns proprietários precisam de alguém por um período mais curto, de poucas semanas, outros precisam de um cuidador por meses ou até anos, motivo pelo qual algumas pessoas usam o site para buscar uma acomodação durante um período sabático (veja quanto custa tirar um sabático).
Alguns proprietários também podem dar preferência a cuidadores que estejam sozinhos ou que não levem crianças. Já outros podem aceitar casais e até famílias para cuidar de suas casas.
Membros
A assessoria de imprensa do Mind My House afirmou a EXAME.com que a quantidade de brasileiros cadastrados no site ainda é pequena. Atualmente, o site conta com apenas 256 usuários do Brasil, sendo 30 cadastrados como cuidadores e 226 como proprietários.
Ao todo, o Mind My House conta com 6.006 cuidadores, principalmente das seguintes nacionalidades:
10 nacionalidades mais comuns entre os cuidadores:
Estados Unidos (2402)
Reino Unido (1156)
Canadá (689)
Austrália (455)
Alemanha (175)
França (147)
Nova Zelândia (122)
Espanha (112)
Holanda (101)
Irlanda (93)
10 países que os cuidadores mais gostam de ficar:
Estados Unidos (1780)
França (1683)
Reino Unido (1636)
Espanha (1556)
Itália (1534)
Portugal (1251)
Alemanha (1230)
Grécia (1218)
Irlanda (1215)
Suíça (1155)
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Fonte: Exame
Foto de capa: Shutterstock