O número de brasileiros barrados nas fronteiras europeias teve o maior salto entre as principais nacionalidades da lista da Frontex – a agência de fronteiras da Europa.
O País volta a entrar no radar da União Europeia (UE) no que se refere à imigração irregular.
Dados publicados pela agência indicam que um total de 2,6 mil brasileiros foram impedidos de entrar no continente em 2015.Os números representam um aumento de 18%, em comparação com 2014. Mas, para a Frontex, eles apontam, acima de tudo, uma mudança na direção da curva que vinha sendo registrada desde 2009. Até o ano da crise na Europa, o volume de brasileiros barrados superava 5 mil por ano.
Mas as taxas foram progressivamente caindo diante da constatação de que encontrar um emprego na Europa seria cada vez mais difícil. Os anos de crescimento da economia brasileira também contribuíram para a queda.
Em 2012, por exemplo, já eram 2,9 mil brasileiros barrados pelas autoridades europeias. Em 2013, esse número caiu para 2,5 mil e, no ano seguinte, chegou a 2,2 mil. Agora, porém, a curva se inverteu.
O salto no fim de 2015 colocou o Brasil como a oitava nacionalidade mais barrada na Europa. No último trimestre, o volume ganhou força, com 687 casos, superando até mesmo o número de turcos recusados pelas autoridades do continente europeu.
A alta foi de 20%, em comparação com o trimestre anterior, e de 7,8%, em comparação com o mesmo período de 2014. No último trimestre do ano, os brasileiros representaram 2,3% de todas as pessoas barradas na Europa.
Visto
A União Europeia não exige visto de brasileiros que seguem para os 28 países do bloco na condição de turista. Mas eles devem ter passagem de volta para o Brasil marcada para um prazo de três meses depois da chegada. Precisam também mostrar que têm recursos para bancar a viagem.
Ao Estado, analistas da entidade indicaram que dois fatores podem contribuir para o aumento de brasileiros barrados. O primeiro deles é o maior controle dos europeus em relação à entrada de estrangeiros. Desde a eclosão da onda de refugiados para o continente, as fronteiras passaram a ganhar reforços e os controles foram multiplicados.
Outro fator que poderia ter pesado seria a volta do fluxo de imigrantes econômicos brasileiros para a Europa, por causa da crise econômica no País.
As nacionalidades mais barradas são dos Bálcãs e do Leste Europeu, caso de ucranianos, albaneses e russos, todos com mais de 3 mil casos registrados pela Frontex a cada trimestre.
Fonte: Estadão