Todos os dias somos impactados pela mídia com lindas paisagens de lugares que parecem contos de fada, dando espaço a uma vontade de querer estar perto e por que não morar e acordar dentro dessa “história”?
O que dizer do castelo Neuschwanstein na Alemanha e a encantadora Veneza que nos incute um sentimento de sermos embalados por um passeio de gôndola e, já que estamos falando de Itália não vamos esquecer das deliciosas comidas italianas.
Sem perceber somos movidos por uma vontade de querer mudar de vida, deixar para trás os problemas do Brasil e desfrutar de todas essas maravilhas vivenciadas digitalmente.
Bom, o que posso dizer é que nesses exatos 2 anos vivenciando uma experiência de morar fora do meu país é: Não se engane com as mídias sociais! Nem tudo são flores e se não vier com um planejamento muito bem detalhado e com uma pesquisa minuciosa do local que chamará de lar, essa experiência pode ser frustrante.
Como havia falado em outro post, morar fora é para os fortes, digo, para pessoas que estão disponíveis a encarar uma nova cultura, se permitir entender a rotina do local, assim como outros fatores que são fora da realidade do seu país.
Nesse pouco tempo de europa tive a oportunidade de conhecer muitas pessoas com objetivos, nacionalidades, configuração familiar e histórias de vida diferentes. Porém, com um ponto em comum, se adaptar a um novo país, a uma nova realidade que nada tem a ver com contos de fadas.
Dentro da minha experiência e de amigos próximos, vou compartilhar essa bagagem de emoções:
Fases da chegada em outro país
O desembarque
Mesmo que o check list esteja em ordem, o frio na barriga não nos abandona. E acredito que tenhamos 2 sentimentos: O primeiro é a apreensão de passar na imigração. Ufa! Estou em novas terras. E quando temos um pausa para respirar, vem uma avalanche de pensamentos:
- Será que tomei a decisão certa?
- E agora?
- Para de pensar assim! Tudo vai dar certo!
- Será mesmo? Será que eu vou gostar daqui?
- E as despesas? Trabalho? Casa? Família?
Até você colocar os pés fora do aeroporto e se distrair com o inesperado.
Vivendo como um turista
Esse é um estágio “catatônico”, tudo é novo, muitas são as descobertas, parecemos crianças explorando o inédito. Geralmente nessa fase estamos planejando, desejando e criando um diferente mundo para essa nova vida que escolhemos com a promessa que tudo será melhor que antes.
A brincadeira começa a ficar séria
Essa é a fase que precisamos ter equilíbrio e ter a certeza que fizemos um bom planejamento. Quando o “turista” partiu de dentro de nós, começamos a enxergar o nosso redor de uma forma diferente. A responsabilidade de quem precisa fazer acontecer bate a nossa porta e é a hora de recomeçar!
Os obstáculos estão sempre a nossa frente, seja na dificuldade de uma língua estrangeira ou pela falta do conhecimento de como as coisas funcionam e até mesmo pelo fato de estar sem um “norte”. Respire, isso é comum e a grande maioria passa por isso. Não desista, corra atrás, pergunte 1, 2, 10x se for necessário para compreender cada detalhe.
- Não deixe a mente vazia
A mente vazia é um dos maiores vilões de quem mora fora, pois abre espaço para pensamentos mediocres que podem colocar todo um projeto de vida em risco.
Nessa fase sentimos um grande desconforto, raiva e parece que às vezes perdemos as forças. Tente buscar o que te fará melhor, o que possa aprimorar ou até mesmo aprender nesse tempo.
- Reenventar
As vezes nossos planos primários não podem ser concretizados em um primeiro momento. Mas é motivo para desistir? Não. Aproveite para se redescobrir e buscar novas formas e jeitos de fazer diferente.
E com certeza a palavra que encontrei para tudo o que estou vivenciando é – REENVENTAR
Começando uma rotina
Relativamente tudo em ordem e uma rotina formada, nem sempre da forma que gostaríamos, mas… Tenha Paciência e atualize seu planejamento.
Esse estágio estamos um pouco mais confortáveis, porém, para alguns é normal se depararem com alguma frustação, pois alguma coisa está fora da expectativa desejada. O que fazer então? O fato de estarmos longe da nossa zona de conforto, pode fazer esse sentimento se multiplicar, contudo, tenha sempre em mente o seu objetivo principal e mude o trajeto se for possível.
Não se cobre tanto e siga a nova rota!
É importante que façamos uma listinha das principais coisas que nos deixam desconfortávis e viabilizar uma mudança, seja em curto, médio ou longo prazo para que tudo se encaixe da melhor forma possível.
Aos poucos, depois de entender como tudo funciona, fica mais fácil termos o discernimento de fazer as nossas escolhas com uma pequena margem de erros.
O que posso fazer para preencher meu tempo? Se pergunte o que te fará bem, feliz e mãos à obra. 😉